maio 17, 2010

As notícias que a imprensa brasileira não queria dar

  • Dilma assume ponta nas pesquisas e Brasil emplaca acordo para programa nuclear do Irã

Os fatos ocorridos nas últimas horas estão obrigando a imprensa brasileira a mostrar como nunca a sua indisposição às noticias que contrariam seus interesses. Sim, porque há muito a imprensa brasileira deixou de cumprir seu compromisso com a verdade e a ética para servir aos interesses de alguns poucos setores totalmente alheios a essas virtudes. Vamos aos fatos.
No sábado (15/05) foi divulgada mais uma pesquisa eleitoral para a disputa presidencial, desta vez pelo instituto Vox Populi, e para a surpresa geral (da imprensa), pela primeira vez a candidata petista Dilma Roussef aparece a frente do tucano José Serra; 38% contra 35%. Mesmo mantido o empate técnico já verificado anteriormente, a nova pesquisa apresenta uma importante inversão nas posições dos dois principais candidatos na disputa. Mais do que isso, derruba as expectativas dos tucanos de que a saída de Ciro Gomes da disputa aumentaria a distância entre Serra e Dilma. Mais ainda, pela primeira Dilma aparece a frente de Serra também na simulação do 2º turno; 40% contra 38%.
Diferentemente das anteriores, esta pesquisa simplesmente foi ignorada pelos veículos de imprensa, passando longe dos noticiários. Globo deixou passar ileso o seu Jornal Nacional; Folha e Estado de São Paulo sequer escreveram uma linha noticiando a virada na corrida presidencial, portais na Internet como o UOL simplesmente trocaram a notícia por manchetes sobre esportes e música. As pesquisas eleitorais que até pouco tempo atrás mereceram espaços consideráveis na mídia, curiosamente agora deixam de ter importância. Uma conicdência muito bem ensaiada.
Na manha desta segunda-feira (17/05) o Brasil conseguiu o que poucos no mundo achavam possível e o que muitos no Brasil torciam contra: o acordo com o Irã sobre as questões nucleares. Mais de vinte horas de negociações depois os chefes dos países assinaram um acordo que envolve a Turquia como depositária do urânio iraniano e abre um caminho definitivo para o fim das pressões ao país do oriente. Além disso, coloca de maneira definitiva o Brasil no centro da diplomacia mundial e quase que irrecusávelmente como menbro permanente do Conselho de Segurança da ONU.
Dias antes, a missão brasileira liderada por Lula foi desacredita pelos EUA e teve pouco crédito da Russia. Mesmo assim, ao partir para o Irã, recebeu apoio uníssono de diversos países, inclusive esses dois, da ONU, e dos organismos internacionais, que deram ao Brasil a última chance de negociação com Teerã antes da imposição de sanções punitivas. E eis que Lula volta do oriente com um documento assinado por Ahmadinejad, com todos os ítens exigidos pela ONU sendo atendidos. Era o que o mundo esperava  ancioso.  Mas será que os brasileiros compartilhavam desse mesmo anceio?
Como não podia deixar de ser, o desejo de alguns pelo fracasso brasileiro no Irã era grande e refletia o desejo de mesmo tamanho dos mesmos alguns pelo fracasso do brasileiro Lula no Irã. A missão vista com receio e descrédito pelos americanos e russos, aqui no Brasil foi vista com ironia, chegando a ser citada como "o circo brasileiro no Irã". Agora, o sucesso brasileiro que já está sendo noticiado nos principais jornais do mundo é relatado pela imprensa brasileira como um simples acordo, com as ressalvas de que um ingênuo Lula estaria colocando o Brasil em uma posição perigosa no cenário internacional. Mas com o sucesso desse acordo, aumentaram instantaneamente os rumores de que o lugar no Conselho de Segurança da ONU que o Brasil tanto deseja passaria agora  a ser inegável, e a candidatura-eleição de Lula para o cargo de Secretário Geral da ONU que os líderes mundiais tanto ecoam pelos bastidores passaria a ser questão abertamente considerada.
Quem sabe em 2011 a imprensa brasileira não seja obrigada a mudar seus conceitos. Caso contrário será obrigada a tratar o Conselho de Segurança da Onu como o tal lugar perigoso no qual o Brasil foi colocado por Lula, o tal ingênuo escolhido pelos espertos e escaldados líderes mundiais como fígura máxima da ONU.

3 comentários:

Unknown disse...

Esta ficando até feio para a impressa brasileira essas atitudes, fica cada vez mais descarado o que acontece, as intenções que movem as noticias publicadas ...
Mas fatos assim, impossivel eles conseguirem maquiar por muito tempo, sendo que esse acordo com o Irã é só o começo

:**

F. Damasceno disse...

Pro Uol, a Dilma não está na frente... trata-se de empate técnico... rs
Calhordas
Depois olhe este link, meu caro: http://maureliomello.blogspot.com/2010/05/por-que-cancelar-assinatura-de-veja.html
Abraço

Guga Boroski disse...

Fernando,
engraçado que o mesmo UOL destacou a "vantagem" de Serra a frente da Dilma na pesquisa anterior: 32,8 x 32,3. Sim 0,5% a favor de Serra era vantagem; 3% a favor de Dilma continua sendo empate. É brincadeira mesmo!!!

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