junho 12, 2012

Globo usa JN para defender PSDB e atacar PT

 

 O PSDB está no centro da CPI do Cachoeira com o envolvimento mais do que provado do governador de Goiás Marcone Perillo como o bicheiro Carlinhos. As várias gravações telefônicas divulgadas pela PF que jogam o tucano no olho do furacão da CPI não foram merecedoras de destaque pelo Jornal Nacional.

Agnelo Queiroz, governador do Distrito Federal está "sendo envolvido" em denúncias desde o caso mal contando pela Veja e repercutido exaustivamente pela Globo que resultou na queda do Ministro dos Esportes Orlando Silva. Sempre denúncias vazias.

Com a iminente convocação de Perillo para depor na CPI, a Globo tratou de alimentar os tucanos com munição para que os próprios viessem aos microfones da própria esbravejar e exigir também a convocação do gov. Agnelo. O motivo: a citação de nomes dos escalões inferiores do governo do Distrito Federal nas gravações da PF no caso Cachoeira. Resultado: ambos tiveram suas convocações aprovadas. Perillo num dia, e Agnelo no dia seguinte.

Hoje, no dia em que Perillo depôs por mais de oito horas, o JN armou uma edição a altura da tropa de choque tucana. Do longo depoimento dado pelo tucano goiano, recebeu destaque da Globo os segundos em que se fez da vítima ao ser questionado pelo relator Odair Cunha sobre seus sigilos bancários e telefônicos. Ao final, o texto fez questão de ressaltar os aplausos que Perillo recebeu ao final do depoimento. Só esqueceu de explicar que os aplausos partiram de um grupelho de assessores que foram levados à sessão pelo próprio Perillo para cumprir justamente esse papel.

Logo em seguida, em uma longa matéria, colocou o gov. Agnelo na posição de um acusado que deve várias explicações e já escalou os deputados do PT a atuarem na sessão de amanhã como uma espécie de tropa de choque com o único e exclusivo objetivo de tentar evitar  a  revelação completa de todo o esquema de corrupção em que está envolvido o gov. do DF. Como não podia deixar de ser, a matéria-sentença da Globo foi complementada por um catado de falas e imagens desconexas e requentadas de reportagens passadas.

Fechando em grande estilo a edição desta noite, uma aula de ética jornalística (a ética global né), o JN exibiu uma curta entrevista do ministro do Supremo Ayres Britto na qual ele afirma que a data do julgamento do mensalão não foi marcada sobre pressão. Curiosamente, em meio a dois ou três gravadores de rádios estatais, somente o microfone global figurava diante do ministro. Antes da matéria, Bonner antecipou com uma firmeza vitoriosa a fala de Ayres Britto, que serviu perfeitamente para a Globo fazer sua auto-negação, após uma semana de intenso bombardeio sobre a tal "cortina de fumaça" que Lula tentara jogar sobre o STF. Como se quisesse dizer: "viram só blogueiros sujos, NÃO foi pela nossa pressão que a data foi marcada". Como se a fala do ministro fosse um tapa com luva de pelica na cara dos "blogueiros sujos".

*Em tempo: a apuração do caso de corrupção em que a Veja e Globo envolveram o ex-ministro Orlando Silva foi arquivado hoje pela Presidência pelo motivo óbvio, a ausência de qualquer prova. Nota-se que a auto-negação somente é praticada pela Globo quando lhe é conveniente.





Um comentário:

Bruna disse...

A globo usa o poder da edição e da manipulação pra beneficiar quem bem eles entedem ... e infelizmente isso não é visto só no JN, mas como em outros e são pouquissimos veiculos de comunicação que apresentam o verdadeiro jornalismo.

Bruna:*

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