Do Portal Brasil 247, com conteúdo de Carta Capital
O ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, acaba de
receber um tiro no peito, desferido pela revista Carta Capital.
Reportagem assinada pelo jornalista Leandro Fortes resgata um processo
judicial em que um ex-sócio de Gilmar o acusa de desvio de recursos e
sonegação fiscal no Instituto de Direito Público, uma escola, nos
arredores de Brasília, que conta com diversos luminares do meio jurídico.
O nome deste ex-sócio é Inocêncio Coelho. Em sua representação contra
Gilmar, ele o acusa, segundo a reportagem, de “fazer retiradas ilegais
do instituto, desfalcar o caixa da empresa e exigir pedágio dos outros
sócios para servir, como ministro do STF, de garoto-propaganda da
instituição educacional”.
Coelho teria sido o administrador do IDP e alega ter se insurgido
contra os desmandos na instituição, que, no ano passado, arrecadou cerca
de R$ 2,4 milhões em convênios com órgãos ligados ao governo federal,
organizando palestras ligadas ao meio jurídico. Diz o ex-sócio que
Gilmar teria feito retiradas para custear despesas particulares,
prometendo acertos futuros, que, segundo ele, jamais ocorreram.
As denúncias foram apresentadas por
Coelho no dia 7 de abril de 2011. Depois disso, o advogado Sergio
Bermudes, que defende Gilmar Mendes, entrou com pedido para que o
processo tramitasse em segredo de Justiça. O ministro do STF também
passou a atribuir a Coelho as causas pela má situação financeira do IDP.
Nesse imbróglio, até mesmo uma auditoria chegou a ser feita, apontando
que o IDP estaria “sem capacidade para pagar seus compromissos de curto
prazo”.
A seu favor, Mendes contou com um parecer da Advocacia-Geral da
União, assinado pelo atual ocupante do cargo, Luís Inácio Adams,
validando a remoção de Inocêncio Oliveira do cargo de gestor do IDP.
O mais intrigante, no entanto, é que o processo foi encerrado, ao
custo de R$ 8 milhões. Este teria sido o preço do silêncio de Inocêncio
Coelho. A questão, agora, é: quem pagou?
Em nota, Gilmar Mendes afirmou que as irregularidades apontadas na
auditoria foram sanadas e que a dívida foi quitada por meio de um
empréstimo bancário.
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